05-05-2021

Trabalhadores da Cerâmica Elizabeth recebem horas extras conquistadas pelo Sindicato da categoria

Mais de 100 ceramistas, empregados e ex-trabalhadores da unidade de Criciúma do Grupo Elizabeth receberam nesta quarta-feira (5) a segunda de três parcelas de acordo coletivo firmado para o pagamento de horas extras não remuneradas a partir de 2007.
No total, fruto de ação coletiva proposta pela assessoria jurídica do Sindicato dos Ceramistas, cerca de 500 trabalhadores foram beneficiados, com mais de R$ 400 mil, além de crédito de horas extras a compensar nos próximos meses.
Segundo o presidente do Sindicato dos Ceramistas, Itaci de Sá, em 2014, com exceção das cerâmicas Elizabeth e Gabriela, todas as demais indústrias do setor da região firmaram acordo coletivo e regularizaram o pagamento de horas extras, inclusive as de feriados.
“Na fase de execução da sentença em primeiro grau, que reconheceu o direito dos trabalhadores, a direção da Elizabeth chegou a um acordo para quitar a dívida com seus empregados em três parcelas e com 20% do total das horas de cada empregado para serem compensadas”, acrescenta Itaci.
Aprovado em assembleia de trabalhadores, a proposta começou a ser quitada neste ano. “Temos créditos inferiores a R$ 100,00 e alguns que se aproximam de R$ 30 mil; os menores de R$ 1 mil já foram quitados na primeira parcela e em dezembro se extingue a dívida, com a terceira parcela”, explica o assessor jurídico do Sindicato, Arlindo Rocha.
A ação com o mesmo objetivo contra a Cerâmica Gabriela está em fase de execução, agora na justiça trabalhista em Criciúma, depois da empresa ter percorrido todas as instâncias jurídica e utilizado todos os recursos disponíveis, inclusive em terceiro grau, em Brasília, explica Arlindo.  Serão beneficiados cerca de 200 trabalhadores.

“Cheque Gordo”
Rodrigo Borges dos Santos trabalhou oito anos na Cerâmica Elizabeth. Saiu da empresa para abrir seu próprio negócio, uma revenda de veículos. Sua indenização se aproximou do teto dos pagamentos feitos. “Como saí da empresa, não fosse a ação do Sindicato eu não teria recebido este dinheiro”, reconhece.
Na ação, como representante processual, o Sindicato representou todos os trabalhadores com direito ao requerido, no caso horas extras não pagas. Cada cartão ponto, de todos os trabalhadores que passaram pela empresa, foi auditado, explica o assessor jurídico do Sindicato dos Ceramistas.
“Se dependesse de iniciativa de cada um, ninguém, ou poucos iriam à justiça do trabalho, pois a maioria sempre pensa que, no futuro, pode voltar a pedir emprego na empresa”, reconhece Rodrigo Borges dos Santos. Ele comemorou o recebimento de um cheque que considerou “gordo” e que vai ajudar a “aumentar o estoque” da sua revenda de veículos.
Marcelo Costa dos Santos, trabalha na empresa desde 2009, e também foi beneficiado pela ação coletiva patrocinada pelo sindicato. “Temos um Sindicato nota 10, sou associado, e com certeza, se não fosse pela iniciativa deles, esse direito ficaria apenas nas conversas do pessoal e cairia no esquecimento”, finaliza.