09-02-2021
Não agradou em nada e gerou grande revolta a proposta do Sindicato Patronal Sindiceram apresentada na reunião de hoje pela manhã, 09, na Acic, aos trabalhadores ceramistas. No vergonhoso documento entregue a Direção do Sindicato dos Trabalhadores Ceramistas de Criciúma e Região, eles repassam o INPC de 5,45% por faixa salarial, sendo pago integral para quem recebe somente até R$ 3.700,00; o percentual de 4,36%, ou seja, menos que a inflação, para os salários de R$ 3.701,00 até R$ 5.700,00 e, para os salários acima deste percentual zero de aumento. Sinalizam congelar o piso salarial e reduzir o abono pela metade, o qual passaria de R$ 1.220,00 para R$ 600,00 sendo pago para todos. Como se não bastasse, pretendem reduzir o pagamento da hora-extra e o feriado de 100% para 50% aos novos trabalhadores, assim como o adicional noturno cortando os atuais 30% para 20%. Outro item é a alteração da jornada de trabalho para 12 x 36 em todas as cerâmicas para os novos contratantes. O presidente do Sindicato, Itaci de Sá, avalia esta postura como uma afronta a categoria. “Estamos tão revoltados quanto os trabalhadores do setor. Além de ameaçarem tirar tudo, eles ainda discriminam os profissionais antigos com os novos e isso é ilegal e desumano”, critica o sindicalista. E nesta tentativa de acabar com todos os direitos e arrochar salários, desabafa Itaci, são contraditórios pois seguem batendo recordes de produção e vendas usando 100% da sua capacidade. “A produção dos próximos meses já está toda vendida”, destaca o sindicalista. Para o advogado do Sindicato, Arlindo Rocha esta proposta causou forte indignação principalmente por duas situações: a precarização dos novos contratos e a demissão dos profissionais afastados por integrarem o grupo de risco da Covid 19 no mês de janeiro. “Em uma visão arbitrária, estão usando ainda de uma política antissindical para impedir os trabalhadores de serem sócios”, afirma o advogado. Rocha enfatiza a posição do Sindicato e categoria em buscar a conciliação, “porém, está junto com os trabalhadores em todas as lutas e, de imediato, com mobilização nas portas das fábricas”, finaliza o advogado. O Sindicato encaminhou uma contraproposta as empresas pedindo a manutenção da Convenção Coletiva de 2020, a alteração para uma hora de alimentação em todas cerâmicas, a correção dos salários, piso e abono pelo INPC e mais 3% de ganho real no total de 8,45%. O patronal deve dar uma posição ainda esta semana. A data-base é 1º de janeiro.