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Notícias e Eventos

Greve - Nota oficial

27-02-2021

Greve - Nota oficial

Diante das insistentes e repetidas “Notas Oficiais” do sindicato que representa as indústrias cerâmicas e do órgão que representa toda classe patronal de Criciúma, em torno da negociação coletiva e do movimento de greve do setor ceramista, a diretoria do Sindicato dos Ceramistas de Criciúma, para oferecer à sociedade a sua visão dos fatos e interromper as “Práticas Goebbelianas” patronal, torna público que:
- Se houve agressão a diretor ou carro de empresa do Grupo Duratex, não partiram de ceramistas e, sobretudo, de dirigentes sindicais da nossa categoria. O fato da agressão física ao preposto patronal, aliás, inspira dúvidas e abre margem para dedução de que tudo não passou de encenação: como alguém que contratou dezenas de seguranças é, supostamente, agredido diante de seus seguranças e nenhum dos contratados reage.
- No tradicional “piquete” de greve montado no acesso à empresa do Grupo Duratex, diante de um pelotão da Polícia Militar e de dezenas de seguranças contratados pela empresa, não se registrou qualquer dano a veículos. Os integrantes do movimento grevista não tiveram acesso às dependências da indústria, onde ao que parece, ocorreram danos.
- Diante disto, fica evidente que o “Interdito proibitório” requerido pelos patrões, foi injusto e, sobretudo, indevido. Nenhum trabalhador – repetimos nenhum trabalhador – foi coagido ou impedido de entrar para cumprir sua jornada de trabalho.
- A coação, pressão e excessos partiram dos prepostos patronais, por mais variadas formas: ligações telefônicas, mensagens por telefone celular, buscando trabalhador em casa ou em locais próximos a empresa, e, até, enviando telegramas às casas dos empregados.
- A lisura e a ética da manifestação pacífica dos trabalhadores pode ser atestada pelo comando da Polícia Militar, presente em todos os momentos, atuando em permanente contato com a assessoria jurídica dos trabalhadores. Segundo o comando policial militar, os trabalhadores agiram de forma exemplar.
- É fundamental esclarecer que nas “Práticas Goebbelianas” patronais há a repetição, feito mantra, de que o sindicato dos trabalhadores não se dispõe a negociar e atribui ao abono de férias para sindicalizados o entrave das negociações. Não é verdade.
- Os patrões é que encerraram tais negociações ao requerem a intervenção do Tribunal Regional do Trabalho após uma “proposta final”, que não prevê aumento real de salários, congela o piso salarial dos ceramistas e propõe a implantação da nefasta “Escala Marshall”, com jornadas de 12 horas seguidas de trabalho por dias seguidos, que ao final do mês resultado em prejuízo salarial aos trabalhadores, além do inegável desgaste físico e mental.
- Finalmente, o sindicato patronal não se posiciona, questiona nem debate as demissões realizadas pelo Grupo Duratex de dezenas de ceramistas afastados por integrarem o grupo de risco da covid-19, nem dos trabalhadores da mesma empresa contaminados por mercúrio, utilizado no sistema produtivo, e, muito menos, do grave acidente de trabalho desta semana em que um trabalhador corre o risco de ter uma mão amputada.
- Aos patrões ceramistas, em especial do Grupo Duratex, interessa o lucro, somente o lucro, a qualquer custo, mesmo que seja a vida ou a saúde de seus trabalhadores e, principalmente, eliminar a representação da classe trabalhadora.
Itaci de Sá
Presidente Sindicato dos Ceramistas de Criciúma e Região