19-02-2016
Cerca de 150 ex-funcionários da Criciúma Construções, que participaram de assembleia na tarde de ontem, no Sindicato dos Ceramistas e da Construção Civil, saíram novamente desanimados pela falta de perspectiva de quando receberão os créditos trabalhistas.
Desta vez, a reunião contou com a presença do gestor judicial, Zanoni Elias, que garantiu o objetivo de liquidar multas, juros e verbas rescisórias. Para isto, ele está colocando num caixa todo o dinheiro que a empresa ainda consegue arrecadar, como os pagamentos dos proprietários que tiveram seus imóveis concluídos pela construtora, mas que deixaram de quitar as parcelas depois do escândalo envolvendo o nome da empresa.
Votação do plano
Quanto à conclusão do plano de recuperação judicial, antes prevista para setembro de 2015, o prazo se estendeu mais um pouco. Agora, a expectativa é entre abril e maio deste ano. “Entre estes meses deve acontecer a votação do plano. Se aprovado, o Judiciário tem um ano para quitar os créditos trabalhistas. Hoje, ninguém tem qualquer gerência sobre a Criciúma Construções a não ser o Judiciário. Qualquer pagamento que for feito tem que ser ordenado pela Justiça”, frisou o advogado do sindicato, Arlindo Rocha.
O grupo de advogados e o gestor judicial estão fazendo o esforço para que não seja decretada a falência da empresa, porque, se isto acontecer, todos os bens, inclusive dos clientes, serão juntados no mesmo bolo para pagamento dos trabalhadores, o que prolongaria ainda mais a espera dos ex-funcionários. Na recuperação judicial, busca-se o dinheiro por outros meios.
A empresa deve cerca de R$ 8 milhões.
Próxima assembleia em seis meses
A próxima assembleia ordinária ficou marcada para o dia 18 de agosto de 2016. Se houver novidades antes disso, uma extraordinária será convocada. “Em agosto é a data certa, pois, até lá, já teremos mais dados e números para repassar”, justificou Rocha.
O gestor judicial conseguiu a alienação de um imóvel de R$ 4 milhões, em negociação com um banco. A ideia é usar o dinheiro para quitar a dívida com os ex-funcionários, mas o trâmite ainda precisa ser aprovado pela Justiça.
Os 400 trabalhadores demitidos assinaram as rescisões em 2014 para terem garantida a liberação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e seguro-desemprego. Um acordo foi feito entre a Justiça do Trabalho, Ministério Público do Trabalho e sindicato. Posteriormente, foram encaminhada ações judiciais cobrando os direitos devidos.
Texto/Fonte:Bruna Borges - Diário de Notícias